terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O que faz uma escola ser bem classificada em ranking?

Toda vez que acontece uma divulgação de resultados de avaliação, as manchetes acabam sendo as mesmas: rankings e mais rankings, comparações, "quem se deu bem", "quem se deu mal", justificativas, ...

Pois bem. Saiu resultado do PISA 2009. O que nos fez melhorar? Por que ainda estamos abaixo do desejável? Afinal, o que faz uma boa educação? Obviamente a resposta não é tão simples - como pode até parecer em algumas matérias publicadas. Nem única! Há uma série de fatores que ajudam um bom resultado. Vejamos alguns.

- Muitas matérias - inclusive com fala do ministro - falando da necessidade de um professor melhor preparado. Com certeza, uma boa formação ajudaria muito... É um dos principais fatores: formação inicial, formação continuada, incentivos à carreira, ...

- As escolas privadas se sairam melhor que as públicas - o que era esperado. Esperado por quê? Por ter melhores profissionais (condições e salários melhores, baixíssimo índice de ausência), por ser melhor aparelhada (laboratórios, tecnologia, quadras, biblioteca, etc). Mas também por ter alunos com mais condições... Veremos mais sobre isso.

- As escolas federais (normalmente técnicas) tiveram resultado ainda melhor que as privadas. Nem tanta surpresa, o conceito delas já era alto. Por quê? Professores escolhidos e motivados em ambientes bem organizados e preparados ministram aulas em período integral para alunos selecionados. Precisa dizer mais?

- Sul e Sudeste do Brasil têm melhores resultados que Norte e Nordeste. Não seria "por acaso" a mesma idéia do item anterior?

- Distrito Federal foi o melhor resultado brasileiro. Será que além de todos os fatores já mencionados não influiu o fato de ser o maior rendimento per capita do país?

História:
Uma empresa da área educacional queria fazer o 1º lugar no Enem. Das várias escolas que possui, montou uma especial. Todo o equipamento necessário, horário integral, os melhores professores e alunos selecionados.
O que não conseguiu fazer na prova foi buscar na justiça - e tornou-se 1º lugar do Enem...

Sim o aluno (corpo discente) também faz diferença. Nem tanto pelo dinheiro, mas por significar maior cultura. Pais que lêem com regularidade, que frequentam cinemas, teatros, livrarias, que viajam com frequência até para fora do país - coisas que o dinheiro compra. E são justamente estes alunos que recebem o melhor serviço educacional - seja na escola privada, seja na escola federal.

Atenção! Não significa que aluno "sem berço" não tenha salvação. Significa que eles precisariam compensação na escola, precisariam de uma escola ainda mais equipada, capaz de cobrir as lacunas que a família não pode suprir. E justamente, são os que tem a pior escola...

São algumas considerações com a intenção de levantar o debate. Não pretendo ser conclusivo.
Ah! Quer mais polêmica? A resposta ao título deste artigo está na história contada acima... Mas é isso que queremos na educação? Selecionar os melhores e a eles dar condições?