quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Educação: um item supérfluo para o consumidor

Foi uma manchete da Folha Dirigida no dia 13/jul/2010. Achei interessante a tão pequena repercussão! Por tratar-se de site fechado, retomo aqui parte do texto (em itálico) e comento (sem itálico). Ok?

Um dos caminhos para a educação avançar, na visão dos especialistas, é o brasileiro entender o quanto é decisiva a formação educacional para o crescimento de um indivíduo. Este reconhecimento ocorre, em geral, a partir de duas vertentes. Uma é o acompanhamento direto dos pais em relação ao que os filhos aprendem ou não e ao trabalho que é feito na instituição de ensino. Nesta já se sabe que os responsáveis se envolvem bem menos que o aconselhável. Outra forma de avaliar o quanto se valoriza a educação, que, por sinal, tem sido pouco estudada, é saber em que medida a educação é prioridade nos investimentos familiares.

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último mês, lança uma luz sobre este último ponto e revela um quadro que também não é muito animador. A partir de dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), iniciada em 2008 e concluída em 2009, fica evidente que, na lista de prioridades dos gastos da população, o ensino se torna um item quase supérfluo.

(...) A pesquisa feita a partir dos dados do IBGE trouxe, no entanto, uma notícia ainda pior: a participação dos gastos com Educação está em trajetória de queda. Os dispêndios com formação educacional, por parte das famílias, foram mais baixos do que os números da pesquisa anterior, referente aos anos de 2002 e 2003. A participação do investimento dos brasileiros, que, na POF 2002/2003, foi de 4,1%, na atual caiu para 3,0%.

Há razão para esse resultado não significar somente desinteresse por educação. Parte da explicação pela queda dos gastos acontece por haver mais alunos na escola pública - portanto, com gasto menor. Isto até que é positivo, não?

Mas, como diz a matéria acima, não é só isso. Trata-se também de prioridades! E historicamente a sociedade brasileira tem a noção de que educação é importante, mas deve ser gratuito. Outras são as prioridades - o que se torna nítido ao mostrar alguns índices. Vejamos outra parte da matéria.

Duas inferências podem ser feitas a partir destes números: ou os brasileiros efetivamente se preocupam menos com Educação de seus filhos ou, por dificuldades financeiras, os pais têm sido obrigados a recorrer à rede pública, que tem ampliado a oferta de vagas, ao longo dos últimos anos.

Isto é particularmente preocupante para as escolas privadas! A prioridade da educação não se observa na questão financeira! Questão preço e inadimplência sempre estarão na moda...

Quer ver a matéria na íntegra? Folha Dirigida (para cadastrados, gratuito).