quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Dois pesos, duas medidas

Sei não...

Ouvindo o telejornal (é, ouvindo a TV para aproveitar e trabalhar um pouco), chama-me atenção a notícia de que uma condenada americana está para ser executada. Veja, por exemplo, "Hoje é o último dia de Teresa Lewis". Notícia seguinte fala do presidente do Irã discursando na ONU e toda a confusão que isso gerou. Interessante que havia protesto público do lado de fora, pedindo fim da pena de morte por lá...

Lembrei-me que Ahmadinejad, que não é flor que se cheire, tem uma ponta de razão nesse aspecto, quando há dois diasrelacionou os fatos: "Irã critica os silêncio da mídia sobre deficiente condenada à morte os EUA" ou ainda "Ocidente mantém 'dois pesos e duas medidas' sobre pena de morte, diz Irã".

Talvez os mais radicais não aceitem a comparação por ser ele quem é. Sei que existem diferenças importantes entre os casos, tais como lisura do processo de julgamento e modo de execução. Mas...

O resultado final é o mesmo. Pena de morte. Morrer. Ponto.

Talvez no Irã haja uma possibilidade maior de erro. Mas não elimina a possibilidade de erro também nos EUA - que aliás já aconteceu... Por quê, então, no caso dos EUA é legal, possível e legítimo?

Não defendo o Irã, não defendo a pena dada à iraniana Mohammadi-Ashtiani. Mas acho que da mesma forma deveríamos condenar os EUA pela pena de morte. E quem mais a praticar! Ou teremos, sim, dois pesos e duas medidas!