segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fazer a diferença

Hoje fui ao banco. Alguém gosta de fazer esse "passeio"? Acho difícil...
Excesso de gente, excesso de fila, excesso de tempo perdido, excesso de paciência! A começar pela porta giratória: vai-não-vai, passa-não-passa. "Já tirou todas as chaves?" "O cinto é de metal?" "Posso ver a bolsa?" Humilhação a todo momento, para qualquer um.

Pois hoje fui ao banco... Investi-me de vontade, armei-me de paciência e vamos lá! Não tem outro jeito! No caminho entre uma escola que tinha que visitar e uma reunião que tinha que fazer passo numa agência pequena, que nem tinha reparado antes que existia.

Chegando perto da temida porta giratória, vejo um segurança do banco que mais parecia um guarda de trânsito. Orientava quando entrar, quando sair, quem tinha preferência, ...

- Senhor, por favor aguarde um pouco.
- Senhor, pode sair, tenha um bom dia.

Na minha frente um senhor. Macacão sujo de graxa, gente simples. Parecia (e devia estar) nervoso. Chegou a vez dele:

- Por favor, senhor. Deixe tudo de metal aqui. Seu sapato tem ponteira de metal? Então chegue perto do sensor. Ali! Isso... Agora entre. Pare um pouco, espere.

O segurança-do-trânsito entrou na porta. Girou para lá, para cá. Abriu a porta para o senhor. O tratamento dispensado foi fora do normal. Comecei a observar o dito cujo.

Foi até a fila do caixa eletrônico:
- Senhor, esse caixa não faz retirada de dinheiro.
- Senhora, este caixa é preferencial para idosos, venha aqui!

Cada um que saia, cada um que entrava recebia uma fala do segurança-do-trãnsito.

Interessante notar que ele não estava sozinho. Mas os outros dois seguranças eram somente... seguranças! Estavam quietos, atentos a tudo e a todos. Mudos em seus postos.

Aquele segurança-do-trânsito fazia a diferença. Ninguém reclamou da porta giratória, embora alguns tenham sido presos nela. A diferença estava no tratamento. Ninguém se sentia inferiorizado.

Tratar as pessoas como elas deveriam ser tratadas. Essa foi a lição que o segurança me proporcionou... Não chego a dizer que quero voltar no banco (o banco não mudou nada), mas com certeza ele tornou aquela agência diferente. Mais humana.

Seria muito bom se nas nossas escolas tivéssemos muitas pessoas que conseguissem transmitir a mesma sensação positiva que o segurança-do-trânsito, não? O que é necessário para isso?

Talvez mais conhecimento da instituição. Talvez mais responsabilidade e empreendedorismo de todos. Talvez um clima de harmonia em que todos se sintam bem e trabalhando para uma causa comum. Talvez um pouco disso tudo.

Mas com certeza seria uma escola em que gostaria de deixar meus filhos...